O Brasil, em 12/11/2024, foi declarado mais uma vez um país livre do sarampo, pelo menos por enquanto. No entanto, os casos globais de sarampo aumentaram em mais de 20%, para uma estimativa de 10,3 milhões em 2023, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Cerca de 107.500 pessoas, a maioria crianças, morreram — um número de mortes “inaceitável” de uma doença que pode ser prevenida por meio da vacinação.
O aumento de casos é motivado pela queda dos níveis de vacinação. O sarampo pode ser mortal e debilitante, mas pode ser prevenido com duas doses da vacina que é altamente eficaz contra o sarampo. Uma dose é 93% eficaz contra sarampo, e duas doses são 97% eficazes.
O vírus foi completamente eliminado de 82 países nos últimos 50 anos, mas a falta de acesso às vacinas e a desinformação sobre a segurança das vacinas fizeram o mundo retroceder. Herança maldita da pandemia da Covid-19, a resistência vacinal causou um declínio global na aplicação de todas as vacinas.
O sarampo é tão contagioso que 95% da comunidade precisa ser totalmente vacinada para oferecer alguma proteção aos não vacinados. Globalmente, cerca de 83% das crianças receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo em 2023, e apenas 74% receberam a segunda dose recomendada. Mais de 22 milhões de crianças deixaram de ser vacinadas.
No Brasil, 13 dos 16 imunizantes do calendário nacional tiveram aumento na cobertura vacinal, incluindo a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. A cobertura da primeira dose passou de 80,7% em 2022 para 88,4% em 2023, e em 2024, até o momento, já chegou a 92,3%. Nos EUA, uma queda nas taxas de vacinação contra o sarampo entre crianças do jardim de infância significou que a cobertura ficou bem abaixo da meta federal por quatro anos consecutivos. A taxa de vacinação contra o sarampo caiu para 92,7% de cobertura para crianças do jardim de infância no ano letivo de 2023-24. Até novembro, 266 casos de sarampo foram relatados nos EUA somente em 2024, com 16 surtos, de acordo com o CDC.
Segundo a OMS, a vacina contra o sarampo salvou mais vidas do que qualquer outra vacina nos últimos 50 anos. Temos uma memória muito curta do que é segurar uma criança que ficou paralisada com poliomielite ou confortar uma mãe que perdeu seu filho por sarampo e mais recentemente por COVID. Precisamos lembrar que a razão pela qual temos todas essas vacinas disponíveis é para garantir que, como comunidade, sejamos os mais fortes e os mais saudáveis possível.