Covid-19: Cinco anos depois, ainda ameaça vulneráveis e não vacinados
Cinco anos depois, a Covid continua perigosa para vulneráveis e não vacinados

A Covid-19, mesmo após cinco anos de seu impacto inicial, continua sendo uma preocupação significativa, especialmente para grupos vulneráveis e pessoas não vacinadas. Embora o número de casos e óbitos tenha reduzido em comparação a anos anteriores, a vacinação atualizada e o diagnóstico precoce são fundamentais para prevenir complicações graves. Neste artigo, discutiremos o cenário atual da Covid em 2024 e como proteger a saúde daqueles mais expostos aos riscos.

A evolução da Covid-19 em 2024

Em 2024 o Brasil contabilizou 839.662 casos de Covid e a morte de 5.741 pessoas. O número de mortes é muito maior que aquelas causadas pela Febre Amarela, Bronquiolite e pelo vírus da influenza. Por outro lado, o cenário é bem diferente do observado em 2023, que encerrou dezembro com mais de 1,8 milhão de casos da doença e quase o triplo de óbitos deste ano.

Essa redução importantíssima em relação ao número de óbitos mostra a nova faceta da Covid, que é uma doença que vai coexistir junto com outros vírus de transmissão respiratória, assim como a influenza, da gripe e o [VSR] vírus sincicial respiratório, que causa bronquiolite.

Grupos vulneráveis e a importância da vacinação

O número de mortes por Covid em 2024 poderia ter sido menor, uma vez que, assim como a influenza e o VSR, o coronavírus tem uma mortalidade maior em extremos de idade e imunossuprimidos. São crianças, idosos e pessoas com algum problema de imunidade para os quais nós temos vacina. E existe a imunidade híbrida, que é uma mistura entre a proteção dada pelo vírus e a proteção dada pela vacinação. Quanto mais você tiver uma vacina atualizada, melhor será a proteção contra a evolução para doença grave, que leva à necessidade de internação e ao óbito.

Tratamento precoce: Uma chave para salvar vidas

Além da vacina atualizada, o tratamento dos casos sintomáticos de populações vulneráveis com paxlovid. O medicamento está disponível no SUS gratuitamente para todas as pessoas com 65 anos ou mais e imunocomprometidos com idade igual ou superior 18 anos, com sintomas leves a moderados. O remédio reduz as chances de internação e morte pela Covid. Cabe salientar que cloroquina, ivermectina e azitromicina não tem nenhum efeito no tratamento de COVID, baseado em inúmeros estudos que comprovam a sua completa ineficácia!

As pessoas deveriam ser educadas, principalmente as de grupo de risco, que sintoma gripal significa necessidade de testagem para que o tratamento possa ser iniciado o mais rápido possível.

Recomendações médicas para prevenir a Covid-19

Segundo o painel Coronavírus Brasil, do Ministério da Saúde, pico em 2024 de casos do ano ocorreu nos meses de fevereiro e março, dias após o Carnaval. No período, o Brasil totalizou 139.806 novas infecções. Na época, especialistas alertaram para o provável aumento de Covid durante a festa.

As épocas de Natal, Ano-Novo e a folia do Carnaval são ocasiões em que pessoas de regiões diferentes se aglomeram, e a consequência é um aumento da transmissão de vírus respiratórios.

Os médicos recomendam a evitar contato com pessoas sadias se estiver com sintomas gripais, usar máscara e não colocar a mão na boa, no nariz e nos olhos se estiver em ambiente público. Se for de grupo de risco, é também importante procurar um serviço de saúde para ser testado, lembrando sempre que criança é um grupo de risco.

É importante continuar fazendo o diagnóstico. É aconselhável que todo mundo com síndrome gripal não parta da premissa de que não é nada, porque muitas vezes é. E, se for Covid, tem tratamento. Chamo a atenção, sobretudo, das populações mais vulneráveis para que mantenham a vacina em dia.

O futuro da Covid-19

O cenário mais provável é que a Covid se transforme numa doença comum, com aspectos de sazonalidade e períodos de aumento. Porém, ele não descarta a possibilidade de um crescimento importante de casos e de uma nova variante.

O vírus da Covid tem a capacidade sem ser detectado, como os aviões espiões que não são detectados pelos radares. Não sabemos o que virá pela frente. Se perdermos memória imunológica e se continuarmos negligenciando a Covid, pode ser que a gente se surpreenda com um novo aumento de casos mais importante ainda e, eventualmente, uma variante que traga alguma modificação que pode aumentar a agressividade clínica do vírus.

Adaptado de TNH1 Saúde 29/12/2024


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